segunda-feira, 20 de junho de 2011

Sentir AINDA é Necessário.


"Como superar essa fase de separação de uma união de 1 ano e 4 meses de vida a dois, onde após alguns meses separados (quase 3) se descobre que o ex tem outra pessoa... é uma sensação estranha, difícil! Não sei explicar exatamente o que se passa. Tento ser neutro a tudo isso mas no fundo, no fundo isso me incomoda, e muito! Por favor, me digam se isso está dentro da normalidade...O que eu posso fazer para aliviar essa ansiedade toda...Tenho levado minha vida, então, porque isso ainda mexe comigo?"



O que captura minha atenção são as demonstrações de seus sentimentos que, embora não estejam explícitos nas linhas, estão contextualizados na; culpa por sentir dor, tristeza, raiva, sensação de estranhamento e "erro" por não estar pronto, curado e preparado para uma nova jornada afetiva, nos conflitos que a fazem sentir-se inadequado.

Na forma de cultura vigente, percebemos cada vez mais que pessoas e máquinas vivem praticamente em nível de igualdade. Hoje dizemos que uma pessoa não sonha mais em ser como alguém que admira, hoje os jovens buscam ser como máquinas, o ideal de ser é o ideal da rapidez, da precisão, da velocidade, da tecnologia. Sentir pra que? Sentir por quê? Acredita-se ser possível deletar e apagar pessoas e sentimentos como fazemos em nossos computadores e assim muitos fazem com a vida dos outros e com as próprias.

Inúmeras vezes chamamos de isso nossa própria vida, sentimentos, nossa história, como se fosse algo menor, como se considerá-los diminuísse o valor que temos no mundo, como se sentindo nos tornássemos fracos. Usamos um pronome quase depreciativo, isso, para no fim falarmos de nós mesmos. Essa crença traz culpa para aqueles que sentem, que entram em contato com seu mundo interno, com seu rico e valioso mundo interno, cada vez mais deixado em segundo plano, cada vez mais banalizado, cada vez mais considerado como alguma coisa estranha e desnecessária. Se culpam porque ainda não se recuperaram, porque ainda sofrem, porque sentem.

Considerar a existência do mundo interno é entrar em contato, sentir, sofrer, viver conflitos, amar, sorrir...nos dias onde todos buscam uma vida como vista em comerciais de TV, como fazer quando, em um certo momento, o que temos, sentimos ou vivemos em nada se compara com a alegria lá fora? E aí entra em cena a urgência de finalizar a dor, a pressa que leva muitos a dizerem "eu ainda sofro pelo fim do casamento, está certo sentir assim?"

A urgência não deveria estar na rápida tentativa de aniquilar os sentimentos e sim no retorno ao ritmo humano e natural dos sentimentos, com início, meio e desfecho. Seria possível então atravessar a dor com o tempo e respeito necessários, sem a idéia de que vivê-la é errado ou inapropriado, é simplesmente humano. Teme ser fraco ou frágil aquele que ainda chora, ainda pensa, ainda sente. Claro que não quero por meio do artigo dizer que o sofrimento deve ser eterno ou cultivado, ele precisa ser considerado e respeitado porém cuidado e tratado para que através dele advenha um maior conhecimento sobre si e um crescimento emocional. Mais forte e saudável será aquele que admite sua dor, aceita, lida e transforma.

Será que o amor acaba?

Ele me levou alto demais, me fez tirar os pés do chão. Nós estávamos de mãos dadas e ele simplesmente me soltou e me deixou cair.

Sem piedade. Por um momento me vi nas nuvens, mas pensando bem... não seria bom estar lá. Afinal, elas não são de algodão. Prefiro o meu travesseiro, pelo menos quando eu acordo as lágrimas já estão secas. Lágrimas que eu chorei não por tristeza, mas por raiva. Raiva dele, raiva de mim, raiva de estar sentindo raiva. Raiva, um sentimento tão horrível. E vejam que irônico, por alguns segundos (ou horas), estava sentindo pela pessoa que amei. Amei? Sim, amei. Sim, amo. Um pouco demais, um pouco além, um pouco exageradamente. (Bhá, me lembrei daquela música) "Como deve ser gostar de alguém e esse tal alguém não ser seu". No meu caso é, 'não mais'. Porque um dia ele foi meu, inteiramente. O bom é saber que eu aproveitei cada segundo, cada olhar, cada beijo, cada abraço, cada gesto, cada palavra. Aproveitei tanto que me acostumei e, agora sinto falta, muita falta. Tanta falta que isso já está me fazendo mal, até demais. O jeito é seguir em frente. Porque continuar parado aqui, nessas lembranças idiotas que não saem da minha cabeça não dá. Nunca daria. Se ele conseguiu, eu também conseguirei. Mas é óbvio. Só me faltam escolhas para dar o segundo passo. Porque o primeiro eu já dei, apaguei o seu nome da minha agenda.Pois tudo que eu descobri, me fez ver o quanto me enganei...É dificil de acreditar!

Roger Hudson.

Um comentário:

Anônimo disse...

Lindo.
cry.

Luigi Arns